Segurança da Informação

Auditoria no Brasil

Este artigo propõe expor a história da auditoria no Brasil e suas evoluções ao longo do tempo, assim como os tipos proposto.

Está divido em seguintes tópicos: Origem da Auditoria no Brasil; Auditoria, Auditoria Interna e Externa; Contratação da Auditoria Externa.

ORIGEM DA AUDITORIA NO BRASIL

O surgimento oficial da auditoria no Brasil é datado da década de 30, onde a mesma foi trazida das empresas estrangeiras instaladas no território brasileiro.

Esta por sua vez foi nacionalmente reconhecida em 1968, por ato do Banco Central do Brasil. Seu fortalecimento ocorreu em 1972 pela regulamentação do Banco Central do Brasil (Bacen), Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e pela formação de um órgão chamado IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil).

A auditoria foi evoluindo pelo motivo de desenvolvimento econômico dos países, onde há grande complexidade na administração dos negócios e de práticas financeiras. Foi valorizada primeiramente para emissão de Relatórios sobre Demonstrações Contábil-Financeira por meio de um auditor independente, para evitar que algo seja forjado.

Além disso, através de mudanças naturais de mercado, foi necessário que os auditores passassem a emitir parecer não só de Demonstrações Contábil-Financeira, mas também relatórios de sugestões sobre problemas operacionais, analisando as atividades chaves para na empresa.

Com o passar dos anos, esta profissão evoluiu ainda mais, passando de um rótulo que tinha como finalidade atuar na fiscalização de pessoal para um órgão de assessoria, em que a atuação é em prol de garantir e facilitar a avaliação de normas, políticas internas e adequação dos controles internos, e identificar oportunidade para implantação de melhorias.

A auditoria pode ser definida como um processo de confrontação entre uma situação encontrada com um determinado critério, ou seja, como ela está e como deveria está.

Historicamente a auditoria está atrelada à atuação na área Contábil-Financeira, e até pouco tempo atrás se detinha neste foco. Ao passar dos anos, sofreu e vem sofrendo mudanças, passando para uma abordagem global e sistêmica de uma organização.

AUDITORIA

A auditoria compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de informações e confirmações, internas e externas, relacionados com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes.

A auditoria é uma atividade que engloba o exame das operações, processos, sistemas e responsabilidades gerenciais de uma determinada entidade, com o objetivo de verificar sua conformidade com certos objetivos e políticas institucionais, orçamentos, regras, normas ou padrões.

Os procedimentos de auditoria formam um conjunto de verificações e averiguações que permite obter e analisar as informações necessárias à formulação da opinião do auditor.

Controle é a fiscalização exercida sobre as atividades de pessoas, órgãos, departamentos ou sobre produtos, para que estes não se desviem das normas ou objetivos previamente estabelecidos.  Existem três tipos de controles:

  • Preventivos è usados para prevenir fraudes, erros ou vulnerabilidades. (senhas de acesso a algum sistema informatizado, por exemplo);
  • Detectivos è usados para detectar fraudes, erros, vulnerabilidades (por exemplo: Log de eventos de tentativas de acesso a um determinado recurso informatizado);
  • Corretivos è usados para corrigir erros ou reduzir impactos causados por algum sinistro (planos de contingência, por exemplo).

O controle é necessário para monitorar o progresso e corrigir erros. Ele auxilia os administradores a monitorar mudanças.

Um dos objetivos desses controles é, primeiramente, a manutenção do investimento feito pela corporação em sistemas informatizados, tendo em vista que os sistemas de informação interconectados de hoje desempenham um papel vital no sucesso empresarial de um empreendimento.

Em computação a auditoria é um processo que rastreia as atividades dos usuários e do sistema guardando informações pertinentes, tais como logs.

A auditoria financeiro-contábil tem por objetivo emitir sua opinião sobre as demonstrações financeiras examinadas, cujas peças básicas são as seguinte:

  • Balanço Patrimonial;
  • Demonstração de resultados do exercício;
  • Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados ou demonstração das mutações do patrimônio líquido;
  • Demonstração das origens e aplicações de recursos;
  • Notas explicativas.

Para tal finalidade é necessário que o auditor faça um planejamento adequado de seu trabalho, avaliar o sistema de controle interno relacionado com a parte contábil e proceder à revisão analítica das contas do ativo, passivo, despesa e receita, a fim de estabelecer natureza, datas e extensão dos procedimentos de auditoria.

Faz a validação da qualidade dos dados, informações e sistemas que geram as mesmas em termos de segurança, confiabilidade e eficiência.

Existem vários tipos de se aplicar auditoria, conforme a figura 1 pode-se verificar de acordo com a área envolvida, abordagem, e órgão fiscalizador.

            Figura 1: Classificação dos tipos de auditoria (NETO, SOLONCA 2007)

Auditoria Interna e Externa

Com a expansão dos negócios, a administração sentiu necessidade de dar maior ênfase quanto às normas e procedimentos internos, devido ao fato de que o administrador ou o dono não poderia supervisionar sozinho todas as atividades organizacionais. A partir disso houve a necessidade de um acompanhamento mais efetivo no sentido de verificar se estes estavam sendo seguido de acordo com o propósito.

Adicionalmente, o auditor externo, além de suas opiniões ou parecer, passou a emitir um relatório, na qual existiam sugestões para solucionar possíveis problemas da organização. O auditor externo passava pouco tempo dentro da organização e trabalhava totalmente direcionado para o exame das demonstrações contábeis. Para que a administração fosse atendida de forma mais eficaz, era necessário uma auditoria periódica, com maior grau de profundidade e visando outras áreas que tinham relacionamento com a contabilidade.

Dessa forma que surgiu o auditor interno, sendo como uma ramificação da profissão do auditor externo. O auditor interno é empregado da empresa, e dentro desta este não está subordinado à aqueles no qual examina. Além disso, o auditor não pode executar nenhum trabalho em que ele possa vir a examinar.

Na figura 2 um exemplo de organograma.

Figura 2: Estrutura Organizacional com auditoria interna (ALMEIDA, 2009)

Na tabela 1 há as principais diferenças entre auditor interno e externo.

Auditor Interno

Auditor Externo

Empregado da organização; Não tem vínculo empregatício com a organização;
Menor grau de independência; Maior grau de independência;
Executa auditoria contábil e operacional; Executa apenas auditoria contábil;
Objetivos principais:

  • Verificar se as normas internas estão sendo seguidas;
  • Verificar a necessidade de aprimorar normas internas vigentes;
  • Verificar a necessidade de novas normas internas;
  • Efetuar auditoria das diversas demonstrações contábeis e em áreas operacionais.
O principal objetivo é emitir um parecer ou opinião sobre as demonstrações contábeis, no sentido de verificar se estas refletem adequadamente a posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos da empresa examinada. Também, se essas demonstrações foram elaboradas de acordo com os princípios contábeis com uniformidade em relação ao exercício social anterior;
Maior volume de testes (possui maior tempo na empresa para executar os serviços de auditoria. Menor volume de testes, já que o auditor externo está interessado cem erros que individualmente ou cumulativamente possam alterar de maneira substancial as informações das demonstrações contábeis.

Tabela 1: Diferenças entre auditor interno e externo (ALMEIDA, 2009)

Contratação de auditoria externa

Normalmente as empresas subsidiárias estrangeiras no Brasil contratam os serviços de firmas com associações internacionais de auditoria sediadas no Brasil, no qual associada no exterior audita a matriz da subsidiária, auditando de acordo com a organização no exterior.

Empresas brasileiras contratam auditores por causa de concorrentes ou tomadas de preços, buscando melhores condições de contratação de serviço de auditoria.

Normalmente a auditoria externa executa o serviço em duas fases, onde a primeira é a fase preliminar e a segunda é a fase final.

A fase preliminar é realizada através de visitas que o auditor externo faz à empresa antes do encerramento do exercício, onde busca obter mais informações das operações que ocorre na organização, buscando identificar se há alguma falha nos processos.

A fase final é realizada quando já foi realizado o fechamento do exercício social, onde ele completa o exame das demonstrações financeiras e emite sua opinião ou parecer.

CONCLUSÃO

A Auditoria é voltada para aprimorar o bom funcionamento dos setores da corporação, seja ele contábil, operacional ou de sistemas.

Não podemos deixar de ressaltar que um auditor deve ter sempre a visão do negócio, ou seja, entender do seguimento que está auditando e não apenas ter conhecimento de auditoria. Nos dias atuais toda auditoria que é bem planejada e executada pode render bons frutos, tais como melhorias financeiras redução de custos por áreas ineficazes e desvios de focos da área de negócios da corporação.

Referência Bibliográfica

ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. São Paulo: Atlas, 2009, 590 p.

ARIMA, Carlos Hideo; SCHMIDT, Paulo e SANTOS, José Luiz dos.  Fundamentos de Auditoria de Sistemas. São Paulo: Atlas, 2006, 122 p.

MARTINS, Ana Niéli do Couto. et al. Fundamentos da Auditoria: Uma Abordagem analítica. Disponível em: <http://www.netlegis.com.br/indexRC.jsp?arquivo=detalhesArtigosPublicados.jsp&cod2=574>.

NETO, Abílio Bueno, SOLONCA, Davi. Auditoria de Sistemas Informatizados.  Disponível em: <http://profallan.com/profallan.com/asi.pdf>.

STONER, James A. F. e FREEMAN, R. Edward. Administração. Rio de Janeiro: LTC, 1999, 534 p.

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